Sou especial!

Atentem por alguns segundos à imagem acima feita pelo telescópio Hubble. É uma foto do espaço profundo, significa que os corpos celestes ali presentes são todos galáxias, cada qual com suas cetenas de milhões de estrelas. Por meio dessa imagem, podemos ter uma fração de ideia da verdadeira imensidão do Universo.

Numa incalculável imensidão, da maneira como nos parece na nossa perspectiva, existe algo de especial ou formidável dentre essas estruturas gigantescas e quase infinitas? Poderíamos dizer que há, entre os monumentais astros celestes, algum ser especial que poderia, por exemplo, escrever ou ler um texto sobre a própria possibilidade da existência de um ser que teria tais capacidades textuais?

É, parece que existe um ser com tamanha especialidade, mas viver nessa imensidão faz de nós meros micróbios insignificantes ou seres especiais?

Pense bem. O que é mais valoroso e admirável, o objeto da industria, perdido entre muitos ou um objeto do puro e infinito acaso, único num vasto universo? Possui mais valor um prego ou um diamante? É mais valiosa uma forma material que pode ser facilmente reposta, ou uma peça inigualavelmente única e insubstituível?

Não me parece que ser fruto de uma criação seja lá grande coisa, isso tornaria a vida mais um item de produção numa ampla gama de objetos, e cada ser vivo um artefato dentre muitos, frutos de uma industria que produz em larga escala. Que graça teria ter tal origem? Que graça teria ser um prego?

Imagine um ser que de tamanha improbabilidade é certamente impossível, mas que apesar disso existe. Você não cairia na tentação de por-lhe os olhos mesmo que por um instante?

Pois vá até um espelho e admire-se. Você é uma perola perdida num mar de acasos, um ser único muitíssimo improvável. Assim como um diamante natural que requer as circunstâncias perfeitas para atingir alto nível de perfeição e pureza, somos frutos da improbabilidade, valorosos e admiráveis diamantes do universo.

 

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